Disturbia

Há muito tempo que se falava de Disturbia. Em parte porque a personagem principal era o novo prodígio de Hollywood e também porque parecia ser bastante bem elaborado tanto a nível de enredo como no aspecto mais violento e escuro da película. Bem… não se pode ter tudo e nesta segunda parte o filme peca bastante; e quando digo segunda parte, refiro-me a tudo o que vem depois de “o novo prodígio de Hollywood”.

Carregado(íssimo) de clichés inegáveis, repleto de incongruências no argumento e com cenas que nos fazem pensar “mas porquê?” (não porque não estamos a perceber mas porque nos soa demasiado impensável e estúpido), para além de já estarmos à espera de cada movimento das personagens. O salvamento de Disturbia é também o que faz dele um filme tão básico e não muito recomendável: é engraçado, demasiado engraçado, para um filme que se pressupõe um thriller com algum “terror” pelo meio. É difícil assustarmo-nos ou ficarmos apreensivos quando nos estamos ainda a rir da cena anterior. Mas já falo mais um pouco disto depois do resumo…

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Bem… Paranóia conta-nos a história de Kale (Shia LaBeouf), um jovem que, após a morte do pai, não consegue suportar que as pessoas falem dele. Quando o seu professor de espanhol fala dele, Kale não aguenta e agride-o, o que faz com que seja condenado a 3 meses de prisão domiciliária. Sem nada para fazer para além de vigiar os seus vizinhos através de uns binóculos, acaba por ficar apaixonado pela nova vizinha, Ashley (Sarah Roemer). No entanto, ao vigiar a casa e comportamento de Mr. Turner (David Morse), outro vizinho seu, começa a associá-lo a um assassino que foi reportado na televisão. A partir daí, Kale começa a investigar aquele que parece ser um assassino para ele mas que para as outras pessoas é apenas um homem normal.

Continuando o que estava a dizer, Disturbia é demasiado descontraído para um filme do género a que se pretende juntar. Para além disso, cai nos habituais clichés e não consegue de facto criar um enredo original. Como se não bastasse, toda a história parece avançar com alguma dificuldade uma vez que muitas das acções prosseguem através de inexplicáveis “desenrascanços” de escrita, parecendo que tudo foi feito meio à pressa e, como se diz na gíria, para encher chouriços.

Na representação está a grande vantagem do filme. LaBeouf assume-se, mais uma vez depois de Transformers, como um excelente actor: dinâmico, expressivo e bastante convincente. Morse também está bem, sempre com o seu ar maçudo e sério, cumprindo aquilo que lhe era pedido. Quando à senhorita Roemer, tem de aprender a expressão de “assustada” porque parecia demasiado alegre para tudo que lhe estava a acontecer…

Claro que isto é apenas uma opinião e por isso vale o que vale. No entanto, talvez não devesse ter visto com tantas expectativas. Vejam e julguem por vocês próprios porque, ao contrário de mim, também há quem o recomende.

Nota:

4 thoughts on “Disturbia

  1. Pelo tua opinião esperava uma nota negativa 😛

  2. Acredito Diogo mas a nota positiva foi mesmo pelo humor e boas representações e também um pouco pela parte de ter ido com demasiadas expectativas.

    Não foi, de todo, um filme que me tenha agradado demasiado como podes perceber :p

    Abraço

  3. r.dias diz:

    Concordo com a avaliação ligeiramente positiva, e ainda mais nas críticas feitas à “demasiada boa onda” para thriller.

    Não sei se é da geração, se é da avaliação de mercado… mas há coisas estranhas no cinema de há uns tempos para cá.

  4. Olá! Pois foi realmente isso que me deixou algo desiludido com o filme.
    Cumprimentos

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