The Boy in the Striped Pyjamas

Quando vi a sinopse de The Boy in the Striped Pyjamas, tinha em mente um filme comovente, daqueles que nos deixa sem fôlego de tanto tentar conter as lágrimas. A adaptação de um livro sobre como um miúdo de 8 anos vê a segunda guerra mundial, com toda a sua inocência e honestidade, só poderia ser um filme desses. Mas, não foi bem assim…

boyinstripedpajamasx

Alargando um pouco mais a sinopse, este filme falamos sobre Bruno, um rapaz de 8 anos, cujo pai é comandante do exército nazi, que se muda com a família para uma nova casa. Aí está longe de tudo e de todos, uma casa sombria, sem alegria visível. Da sua janela vê aquilo que crê ser uma quinta, onde pessoas vestidas de pijama trabalham arduamente todos os dias. Na busca incessante por um amigo, uma companhia, acaba por ir ter à dita quinta, onde encontra um menino da sua idade, vestido de “pijama”. Apesar de não perceber nada daquilo que vê e ouve, a sua interpretação da realidade, para além de ingénua, é perigosa.

Embora negro, o filme vai-nos deixando sempre com uma ponta de esperança, de alegria. A inocência de Bruno é algo contagiante, que se reflecte em sorrisos, por vezes forçados, para nos afastarmos o máximo possível da realidade nua e crua que se vive à sua volta.

The Boy in the Striped Pyjamas é daqueles filmes em que nos apetece contar tudo. Deixar a “ética” de lado e relatar toda a história. O “porquê” disto é muito simples: não queremos aguentar tudo sozinhos, não podemos absorver todo aquele turbilhão de sentimentos sozinhos. Este filme não é um murro no estômago… é como sermos cortados com um bisturi em todo o corpo e depois metidos numa banheira com álcool. Mas não o vou fazer… é demasiado precioso para não ver com a expectativa intacta. 

Com interpretações bem consistentes, nunca chega a ceder ao facilitismo. Digamos que está sempre no limite de qualquer emoção, não nos deixando chegar a sentir realmente nada. Quando estamos prestes a sentir repulsa, puxa-nos e faz-nos sorrir. E vice-versa. Responsável por isso é Mark Herman, realizador, que mostra aqui que afinal sempre tem talento, depois de alguns filmes menos bem cotados (pellos dados do imdb, não por experiência pessoal), criando um ambiente que tem tanto de mágico como de horrífico, alterando entre eles de forma muito competente, e escalonando essas mudanças com percentagens ideias à medida que o ritmo do filme vai avançando. 

Não deixem escapar este filme. Por todos os motivos, vale bem a pena. Se no final não conseguirem falar, reagir, respirar,… juntem-se ao clube.

rating_05rating_05rating_05rating_05rating_05

Com as etiquetas

3 thoughts on “The Boy in the Striped Pyjamas

  1. […] The Boy in the Striped Pyjamas Quando vi a sinopse de The Boy in the Striped Pyjamas, tinha em mente um filme comovente, daqueles que nos deixa sem […] […]

  2. Luisa Leite diz:

    Acabei agora mesmo de ver o filme e sem demora vim logo a internet pesquisar mais sobre o filme. Devo dizer que a sua visao sobre o filme e exactamente aquilo que tambem eu penso. E e tambem verdade aquilo de estar sempre a mudar as emocoes… A parte que mais me tocou, entre muitas, foi quando a mae do menino agradece ao empregado (judeu) por ter cuidado do filho! Achei a cena mais bonita de todo o filme… Dizer tambem que fiquei tambem sem palavras, sem reaccao… E isto porque o filme nos transpoe um pouco da impotencia do ser humano face ao que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.
    E um filme sem duvida a nao perder!

  3. Karoline Leite diz:

    Há tempos que eu não assistia um filme que, mesmo no dia seguinte, ainda não me saía da cabeça… É lindo e ao mesmo tempo triste e doloroso… a inocência que o personagem principal exala nos deixa com um meio sorriso e os olhos por quase derramarem uma lágrima durante todo o longa.

    ‘Não deixem escapar este filme. Por todos os motivos, vale bem a pena. Se no final não conseguirem falar, reagir, respirar,… juntem-se ao clube.’

Deixe uma resposta para Luisa Leite Cancelar resposta