Apenas ontem tive a oportunidade (e o prazer) de ver The Prestige, O Terceito Passo. Já tinha deixado aqui no blog a promessa de que iria ver e o quão ansioso estava pelo seu visionamento. De facto, The Prestige é qualquer coisa de muito bom. Christopher Nolan não deixa fugir o espectador nem um segundo e torna o filme um dos melhores do ano.
Baseado no livro homónimo de Christopher Priest (que recusou Sam Mendes para a adaptação do seu livro), o filme leva-nos numa viagem por um mundo de magia, onde a linha entre a amizade e o ódio se mostra muito ténue. Uma história de vingança, disputa e devoção que nos prende num enredo negro mas ainda mais mágico do que a própria magia.
Robert (Hugh Jackman) e Alfred (Christian Bale) são dois ajudantes de um mágico a quem não reconhecem a mestria. Após a terrível morte da mulher de Robert, durante uma actuação do seu patrão, cujo culpado foi Alfred, ambos seguem caminhos separados, sempre tentando vingar-se um do outro, tornando a sua vida num jogo muito arriscado. Robert e Alfred completavam-se. Robert era o homem do espectáculo, com glamour e poder da persuasão; Alfred era o lado engenhoso, arriscado e genial. Quando Alfred tira da cartola o seu acto mais inventivo e misterioso, Robert faz tudo para lhe roubar o truque, ainda como vingança da morte da sua mulher. Pelo meio, mete-se Olivia (Scarlett Johansson), cujo oportunismo vai fazer com que a disputa entre os dois fique ainda mais perigosa.
The Prestige é uma mistério sobre mistérios. Uma reviravolta em cada acto, com uma genialidade que dificilmente se encontra em outros filmes do género nos últimos anos. De facto, a história original de Priest é algo que desconhecia mas pela qual fiquei apaixonado. Nolan, como já é hábito, faz uma adaptação de mestre, com planos arrojados quanto agradáveis. As interpretações de Jackman e Bale são espantosas. Bale arrisca-se a tornar-se num dos grandes actores dos últimos e dos próximos anos, se já não o é…Referência ainda à prestação de David Bowie. Não é à toa que o chama de “Camaleão“… Interpreta o cientista Nikola Tesla com uma frieza e profissionalismo dignos de respeito, ajustando-se não só à personagem mas também à personalidade austéra do brilhante físico croata. Ahh!! e Michael Caine como Cutter, um mágico que actua nos bastidores, preparando as “engenhocas” para Robert. Muito boa a sua interpretação: emocional quanto racional, num papel secundário que merece ser apreciado.
O filme é um desafio às nossas mentes e à nossa percepção do que se poderá lá estar a passar. É um hino às boas histórias de mistério.
O Terceiro Passo é, para mim, a maior confirmação de 2006. Não é surpresa porque de Nolan e Bale outra coisa não seria de esperar. Um thiller misterioso que figura entre os melhores na minha lista pessoal. Absolutamente a ver!
Nota: 
Depois Falamos 
Basta ter Scarlett Johansson no elenco para ser um excelente filme.
Basta dar o exemplo de um dos últimos fimes que ele representou “a dália negra” ou “scoop” ou até mesmo “lost in translation”
Eu nem acredito que tu realmente escreves um texto (comentário) para cada filme que vês… Os meus parabéns!! Para tal, é preciso ser-se mesmo um grande admirador de cinema! E tu és!
P.S.: já não vinha há algum tempo ao blog por isso é que só digo isto agora =P
Excelente filme!!A não perder!
Bom filme. 7/10
O filme é ótimo… Melhor ainda, para quem não espera muito dele e se dispõe a procurar entender a proposta dele. Agora, para quem realmente não gosta de filmes do gênero, o filme poderá parecer péssimo! O filme ensina que, a obsessão compulsiva cria vários obstáculos e, como estes obstáculos se desenvolvem, de forma concreta e negativa. Quem diz que, o filme é ruim é por não saber apreciá-lo. Christopher Nolan agora pode circular entre os maiores e melhores diretores de Hollywood. O filme foi indicado a dois Oscares e, vamos ver se ganha pelo menos um. Nolan é um ótimo diretor e, sua carreira vem sendo alavancada, a cada nova surpresa. Vale a pena ver O Grande Truque (título brasileiro), sem receio algum.