Bond sem Q, gadgets e Moneypenny

Não, ainda não morri. Os exames fizeram com que andasse meio desligado mas agora voltei. E voltei depois de finalmente ter visto Casino Royale, o último filme da saga 007.

O novo James Bond, Daniel Craig é um senhor! Depois de muitas críticas à sua escolha para encarnar o mais conhecido agente secreto do MI6, Craig assume-se como um dos melhores Bond’s de sempre, revitalizando a personagem e dando uma lufada de ar fresco a todo o mundo por detrás de 007.

Casino Royale leva-nos ao principio de Bond. James é ainda um aprendiz e com muitas dúvidas relativamente ao que deve ou não fazer para tirar melhor partido do seu trabalho e talento. Assim sendo, Bond, como um novato, age irresponsavelmente por si só, tentando justificar as suas capacidades perante o seu governo. Presegue a sua pista até Montenegro, onde haverá um jogo de poquér entre os mais ricos, organizado por Le Chiffre (Mads Mikkelsen) um milionário que serve de banqueiro para terroristas em todo o globo. Pelo caminho e para o ajudar, James Bond leva consigo Vesper Lynd (Eva Green, numa excelente e apaixonada interpretação), uma economista do MI6 que tem como prioridade não deixar que Bond perca todo o dinheiro no jogo.

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A partir daqui somos automaticamente transportados para o mundo muito próprio de Bond na sua vertente mais inquieta, verdadeira e sentimental. Sem os habituais clichés da saga e sem toda uma panóplia de personagens e circunstâncias que fizeram de 007 um êxito mundial: Q e os seus gadgets malucos, Moneypenny, o martini batido, o habitual charme de Bond ou as Bond-Girls (porque Vesper não é uma Bond Girl…). Sim, este Casino Royale sobrevive sem qualquer destas como se delas nada necessitasse. O responsável é não só Paulo Haggis (o mesmo por detrás de Crash) que adaptou o argumento de uma forma tão bem feita que não precisou dos habituais marcos de referência de 007 para que Casino Royale vencesse. Uma aposta ganha, sem dúvida. Por outro lado temos Martin Campbell que alinhou com Haggis no seu “devaneio” e realizou este que foi o 21º filme da saga de um modo muito diferente dos anteriores e deu a Craig a possibilidade de recrear uma personagem com marcas já vincadas, fazendo quase o mesmo que tinha feito com Pierce Brosman em GoldenEye.

Neste filme conhecemos James Bond. Não o galã incessível mas o jovem promissor, irresponsável, desafiador e com coração. A primeira única paixão de Bond ao longo de toda a saga, Vesper (palmas para Eva Green mais uma vez) faz com que James largue tudo e sucumba aos chamamentos do amor … lutas corpo a corpo!! Sim, James Bond realmente aleija-se neste filme, não só fisicamente mas também emocionalmente. É completamente diferente de tudo o que estávamos habituados.

Não sei se Craig será o melhor Bond mas, para este papel, foi sem dúvida muito bem escolhido. Não pode ser comparado pois o James Bond que interpreta não é o mesmo que os seus antecessores interpretaram. Quando a ser o melhor filme da saga também não sei, mas é sem dúvida um dos melhores e merece honras disso.

Ahhh soube tão bem, ao fim de 20 filmes, vermos neste isto:
James Bond: Vodka-martini.
Bartender: Shaken or stirred?
James Bond: Do I look like I give a damn?

Já se diz que o novo James Bond trará mais novidades à saga. Aliás já ouvi falar em algumas coisas que não sei se ficarão bem num filme de James Bond… mas pronto… cá o espero com algum frenezim até 2008.

Nota:

1 thoughts on “Bond sem Q, gadgets e Moneypenny

  1. […] aqui o link para o texto que fiz na altura para Casino Royale para que percebam o quão grande o […]

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