Category Archives: Opinião

Mission Impossible: Ghost Protocol

Mission Impossible Ghost ProtocolDe todas as sagas de acção e espionagem, Mission Impossible sempre foi a que menos me cativou. A trilogia Bourne ou os filmes de James Bond (nem todos, entenda-se…)  estão acima no meu topo de preferências. No entanto, MI nunca foi “mau”, simplesmente estava num patamar diferente, ou melhor, indiferente. MI 1 é bom, MI 2 é razoável, MI 3 é bom, mas é ao 4º volume que a saga iniciada em 1996 por Brian de Palma tem o seu maior sucesso e alcança o potencial que tem vindo a prometer desde então.

Mission Impossible: Ghost Protocol não é um filme que recordarei para sempre. Nem é um filme de culto. Nem tão pouco figurará num top anual… meu ou de qualquer pessoa. Não se trata disso. Mas MI4 é um dos filmes de acção mais apelativos do ano, sem dúvida. É arrojado, é frenético, é inventivo, mas ao mesmo tempo consegue juntar-lhe alguma emoção e humor sem com isso perder a sua testosterona.

Desta vez, Ethan é confrontado com o encerramento do IMF depois de um atentado ao Kremlin parecer implicar a sua agência e, por consequência, os Estados Unidos. A trabalhar por conta própria, Ethan conhece a bela agente Jane (Paula Patton), o “analista” Brandt (Jeremy Renner) e é ajudado pela seu amigo Benji (Simon Pegg) que agora é agente “de campo”. Juntos, tem de travar o lançamento de bombas nucleares que um lunático chamado Hendricks pretende fazer detonar em solo americano.

Logo para começar esta missão, a equipa é levada ao Dubai. Que outro local proporcionaria uma aventura tão asfixiante? O maior edifício do mundo é palco (na vertical…) de cenas de acção muito bem coreografadas, cheias de suspense e adrenalina. Só estas cenas já seriam suficientes para sugerir uma ida ao cinema mais próximo. Mas há mais! As cenas em que Simon Pegg entra são sempre recheadas de momentos de humor, mas humor que cai bem e não cansa, servindo para recuperar algum do fôlego gasto nas outras cenas ou quando estamos a olhar para Paula Patton vestida de verde… mas isso são outras conversas…

É quase irónico escolherem um realizador com Brad Bird na cadeira principal. Nunca tinha feito um filme “live action” e, na primeira oportunidade, fica com um filme com uma base de fãs enorme, um elenco de luxo e um orçamento de muitos milhões. Pode dizer-se que Brad Bird tem aqui um filme do caraças e que lhe vai valer muitos trabalhos futuros, sem dúvida. Já vi filmes com as mesmas características de realizadores bem mais rodados que nem aos calcanhares de Mi4 chegam. E não é preciso ir muito longe…

Jeremy Renner fica muito bem na figura. Se não estivesse já “prometido” à continuação da saga Bourne, consigo acreditar num cenário em que seria ele a continuar os filmes MI quando Tom Cruise se quisesse reformar. Este, polémicas à parte, no que toca a ser actor, continua igual ao que sempre foi. O filme pode não puxar demasiado pelas suas capacidades dramáticas, mas nunca conseguimos deixar de perceber o quão bom ele é, neste ou em qualquer outro papel. No seu currículo já só falta mesmo uma longa metragem dedicada a Les Grossman – acampava à porta do cinema em noite de estreia…

Mas MI4 não ficaria completo sem toda a artilharia a que nos tem habituado. Se nas anteriores missões vimos alguns gadgets engraçados e dignos de um 007 dos tempos modernos, em Ghost Protocol somos bombardeados com a alta tecnologia que só será possível (digo eu…) quando o cinema for a 5D (e eu já desespero com o 3D). É coletes flutuantes, malas que imprimem documentos fotografados com uma lente de contacto que fotografa (!!!), protótipos de carros, e a lista continua. Mas assim é que é bom! Vende-nos melhor a ilusão.

Não tudo é perfeito. O argumento de MI4 poderia ter ido um pouco mais à frente. Compreendo a necessidade de não “fechar” a história – porque nunca se sabe se MI5 não estará aí à porta – mas deixa um gosto um pouco amargo quando, ao fim de duas horas de “velocidade furiosa”, fica tudo em águas de bacalhau. Não fica tudo exactamente na mesma, mas não muda o suficiente para tornar MI4 num filme de direito próprio para que se possa pensar nele de forma isolada. Não sei se é suposto isso acontecer ou não, mas gostaria…

Ainda assim, Mission Impossible: Ghost Protocol é uma ida quase obrigatória ao cinema. Por vários motivos, mas apetece-me salientar apenas dois: (1) é alucinante e (2) não é em 3D.

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O Pão Nosso de Cada Semana – Homeland

Homeland

Nos últimos tempos – meses ou até mesmo anos – a minha paixão de cinema tem-se virado para a televisão. Continuo a adorar ver filmes, e vejo bastantes embora não tantos quanto gostaria, mas as séries televisivas têm atingido um patamar de qualidade tal que acabam por gerar em mim um certo sentimento de dependência. Não falo de séries que apenas valem pelos cinco minutos finais de cada episódio, nem de séries que sobrevivem há anos e anos a fio recorrendo às conhecidas fórmulas de sucesso. Falo de séries que criam uma história tão envolvente, tão cativante e tão dinâmica que ao fim do primeiro episódio ficamos agarrados “até que a machadada nos separe“.

Exemplo disto é a mais recente série da Showtime, protagonizada por Claire Danes, Morena Baccarin e Damian Lewis, criada pelos mesmos que nos trouxeram 24, Howard Gordon, Alex Sansa e Chip JohanssonHomeland.

Homeland é um thriller de espionagem moderno sobre um soldado que é resgatado no Iraque e volta para a sua terra natal como herói nacional. À sua espera tem uma bela esposa, dois filhos e o melhor amigo. Passados oito anos da sua captura por rebeldes iraquianos, o seu regresso não são apenas rosas: a sua mulher estava envolvida com o melhor amigo, a sua filha tem problemas com autoridade da mãe, a sua mente ainda vive atormentada pelas vivências dos últimos oito anos, mas acima de tudo tem uma agente da CIA que não vai na história do soldado que resistiu a oito anos de tortura e violência psicológica.

Assim, desde o momento em que a personagem de Damien Lewis põe os pés em solo americano, começa a caça por parte da agente Carrie (Claire Danes). O que fica por perceber é  se existe “fuga” por parte do caçado. Desde o primeiro momento que somos confrontados com a dúvida sobre a sua inocência ou segundas intenções e essas dúvidas são constantemente alimentadas, seja para um lado ou para o outro.

Homeland tem uma história praticamente diferente de tudo que já tive oportunidade de ver. Já vi séries, como The Unit, que tocam no tema do soldado “virado” muito ao de leve e apenas em alguns episódios específicos, mas nunca uma série que se dedicasse a ele. Mas não é só isso que a torna grandiosa. As interpretações são majestosas, e podemos ainda contar com a mestria de Mandy Patinkin, o guião é escrito com tanto cuidado que chega a irritar não conseguir descortinar nada e somos lentamente assediados com pistas que não levam a lado nenhum, mas causa aquela comichão característica do “vício televisivo”.

Por tudo isto, concordo com a tabela televisiva do TvDependente que coloca Homeland no lugar cimeiro das estreias desta temporada. Sou sincero ao ponto de confessar que, desse ranking, poucas vi, mas a qualidade de Homeland é tal que é suficiente para a colocar em primeiro lugar automaticamente. Não só recomendo como me vejo obrigado a querer obrigar-vos a ver!

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Sapatilhas de Back To The Future são reais? [update: sim!]

As sapatilhas Air Mag da Nike, que apareceram no filme Back to the Future II, podem muito bem ser verdade já a partir de amanhã.

Pelos vistos, a Nike andou a enviar convites para um evento especial, convites esses que vinham acompanhados com uns óculos de metal (como os usados por Doc no filme) e ainda um cartão em que se pode ler “could change the course of time“.

A ser verdade, é o sonho de muitos fãs, geeks em geral e amantes do cinema materializado. Sapatilhas que se apertam sozinhas automaticamente? Nunca mais os miúdos precisarão que os pais lhes ensinem a dar laços nos cordões. É sabido que os filmes são muitas vezes fonte de inspiração para a inovação tecnológica, mas uma ideia saída de um filme tão clássico e verdadeiramente marcante como Back to the Future leva o interesse a um nível completamente diferente!

Amanhã cá estaremos para confirmar.

[update]

Parece que é mesmo verdade! Já anda um vídeo a circular pelo youtube que mostrar estantes e estantes repletas de Air Mags. Aqui fica

Tenho de pedir desculpas ao The Karate Kid…

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Quando ainda escrevia com alguma regularidade aqui no Depois Falamos, deixei aqui um pequeno artigo sobre as minhas expectativas em relação à versão “moderna” de The Karate Kid. Sim, esse remake com Jackie Chan como “Mr. Miyagi” (Mr. Han) que afinal se deveria ter chamado The Kung Fu Kid.

Na altura, mesmo ainda antes de serem reveladas imagens, classifiquei-o como “o filme que menos quero ver de sempre”. Mas, depois de o ter visto, tenho de confessar que até fiquei bastante bem impressionado. Não vou escrever nada de extenso sobre o filme, mas The Karate Kid – sim, esse com Jaden Smith no papel do jovem inadaptado e que aprende Kung Fu para partir a loiça toda – é um filme que até faz a sua justiça ao filme original. É bem escrito e representado, tem excelentes cenas de acção (à excepção do golpe final…) e deixa aquele sentimento do “ele merece ser feliz” no final. Vejam que não faz mal nenhum, nem provoca pesadelos.

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Avatar

Infelizmente não tenho o tempo que queria para dedicar ao cinema. Perco muitos filmes que gostaria de ver no cinema e adio outros para as edições em DVD, mas acabo por me esquecer. No entanto, há aqueles filmes que se tornam obrigatórios, muito antes sequer de se ver o primeiro trailer, imagem ou comentário. Avatar é, sem dúvida, um desses filmes que tornam qualquer cinéfilo amador num fanboy desesperado à porta do cinema em noite de estreia. Tenho de admitir que não foi o meu caso, por questões “profissionais”, mas assim que tive um dia disponível, não faltei à chamada. Devo dizer que as minhas expectativas não eram nada baixas, apesar de ir com o espírito aberto a qualquer surpresa que James Cameron me quisesse pregar. O que é certo é que saí da sala completamente envolvido no mundo criado por Cameron, de tal forma que as únicas palavras que me pareciam correctas para o momento eram “Curti milhões!!”

A história penso que já seja conhecida pela maior parte das pessoas, até porque o trailer é bastante esclarecedor. Em termos de originalidade, Avatar não é nada de novo. Bebe inspiração em antigos clássicos do cinema de animação, como Pocahontas e até algumas parecenças com Planet of The Apes. Como fui acompanhado por um geek do mundo Final Fantasy, foi-me dito que a versão VII era uma grande fonte de inspiração (não vou dizer em que ponto…). Continuando, Avatar não é completamente original, mas tem uma forma de contar a história que nos agarra e nos torna parte da dela, onde cada de um nós escolhe um lado na barricada. Não é que a escolha seja difícil…

Mas a grande força de Avatar estar no visual. Nenhum filme, e quando digo nenhum, quero dizer “Acreditem mesmo… nenhum outro filme é assim”, apresenta tamanha quantidade e qualidade de efeitos especiais. Tudo em Avatar é virtual (à excepção das cenas no centro de comando) mas nada assim tão virtual pareceu tão real. Não existe uma única falha, tudo flui e tudo é, de facto, de outro mundo. A imaginação na criação das espécies nativas não é muita… ou não fosse o seu habitat bastante parecido com o nosso, logo a sua evolução não poderia ter sido muito diferente, mas a envolvência, o que rodeia, o “resto”, é simplesmente indescritível.

Tenho vontade de escrever mais sobre Avatar. Tenho mesmo… acho que falta ainda muito por dizer. Mas acho que a falta de actividade deste blog me tirou alguma capacidade para escrever fosse o que fosse. Se isto fosse um podcast talvez fosse mais fácil expressar-me… Sendo assim, deixo ao critério de cada um uma visita ao cinema, para ver em 3d (foi o meu primeiro em 3d!). Definitivamente, um filme que irá mudar muita coisa na forma como vemos e como se faz cinema.

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