Blood Diamond

“Sometimes I wonder… will God ever forgive us for what we’ve done to each other? Then I look around and I realize… God left this place a long time ago.”

Passado na Serra Leoa em 1999, Blood Diamond conta a história de um povo aterrorizado e marginalizado pelo tráfico de diamantes e por toda uma panóplia de consequências que daí advêm. Solomon Sandy (Djimon Hounsou) é um pescador local que tem como única esperança para a sua vida o sonho de que um dia o seu filho se torne médico. Num país em guerra e onde o poder pertence às milícias armadas, Solomon é capturado e levado para as minas de diamantes onde trabalhará como escravo. Por mero acaso encontra um diamante extremamente grande e é aí que a sua vida ainda se complica mais. Danny Archer (Leonardo DiCaprio) é um contrabandista que tenta enganar o pescador de modo a ficar com o seu achado. A aventura conjunta – bastante viva e emocional – leva-os pelo meio de um país em guerra civil, onde o medo e as armas ditam a lei.

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Realizado por Edward Zwick (The Last Samurai), apesar de não ser um filme consensual, Diamante de Sangue é, para mim, umas das boas surpresas do ano passado; embora com muitas personagens cliché mas com um tema que supera a eventual falta de originalidade nas mesmas, consegue levar-nos directamente à situação da Serra Leoa e comove pelo realismo das cenas. Ouvi por várias vezes dizer que estava algo americanizado e muito “Hollywood” mas vi o filme e achei completamente o contrário. Há temas fulcrais e muito incómodos que passam despercebidos devido a serem demasiado centrados na história e menos na apresentação da mesma… The Road to Guantanamo é exemplo disso.

Pleno de paisagens deslumbrantes e filmado de forma a dar-nos a força das mesmas, Blood Diamond é perfeito na exploração do tema do tráfico de diamantes. Forte, incisivo e determinado na história, vigoroso na prestação das personagens e emocionalmente (quase) bem elaborado. Peca principalmente por este último aspecto: a relação algo forçada entre Archer e a jornalista Maddy (Jennifer Connelly) e o final algo prolongado de resignação de Archer e a proclamação de Solomon… mas, não é isso que o torna um filme menos bom; funciona como uma espécie de atractivo para aqueles que não querem um filme “só” sobre questões políticas…

DiCaprio está excelente. Cada vez melhor e com papéis de maior responsabilidade, já não é o menino de Titanic que outros tempos; está maduro e merece a nomeação para o Oscar. Djimon Hounsou é que merecia bem mais do que uma nomeação! Representa a sua personagem como se fosse ela mesma, agarrando-a com sentimento e com determinação, merecia (desculpa Alan Arkin) os Oscar de melhor actor secundário.

Vale pelo tema, pelas representações e, sobretudo, pela intenção. Sai daqui com os meus votos para que muito mais gente aproveite para ver.

Nota:

4 thoughts on “Blood Diamond

  1. Realmente é sem dúvida um grande filme! Aprovadissimo! O diCaprio está realmente no seu melhor!

  2. fontez diz:

    filme que me comoveu.
    bem elaborado.
    realista.

  3. Exactamente! Concordo com os dois!
    Cumprimentos a ambos!

  4. Mony Grazielle diz:

    Muito bom filme!
    Só peca mesmo pelo comentário no final onde afirma q o tal “tratado de Kimberley” estaria resolvendo a questão do conflito, q em bom português significa q se as pessoas compram os diamantes “de fontes seguras” estaria tudo certo….???
    O filme diz exatamente o contrário!
    Serra Leoa em Paz???
    Bem,
    sem comentários…podia ter terminado sem essa!
    Faço votos q mais pessoas assistam e tenham uma visão crítica sobre o assunto!
    E q se não servir para mudar a realidade da África…q ao menos possamos refleir qual o nosso papel nisso tudo…
    Diamons are not forever…

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